Quem é funcionário público no RS vivencia graves questões nos atendimentos médicos e hospitalares.
Consultas de todas as especialidades, até clínica geral, estão difíceis de conseguir. As marcações, quando conseguidas, levam um prazo extraordinário, de mais de mês. Ora, quando o problema de saúde surge, seu tratamento exige presteza mínima, sem o que o agravamento é certo.
Todos pagamos – e bem – por esse atendimento por anos a fio, mas, quando necessário, ficamos sujeitos à impossibilidade de acesso aos médicos voluntariamente credenciados, sob alegação de “impossibilidade de agenda”, sendo essa a desculpa para evitarem cumprir o número de atendimentos aos associados do Ipergs. A verdade, confessada por muitos médicos, é a de que a remuneração é muito baixa, optando por vezes pelo atendimento de uma ou duas consultas apenas para não romperem o contrato, além daqueles mais requisitados que optam pelo descredenciamento.
É uma situação vexatória aos servidores e extremamente grave em relação a sua saúde e a de seus dependentes, que nos casos de urgência precisam pagar particularmente. Afora a situação de taxa extra em cada consulta obtida.
Há também o caso das anestesias em procedimentos operatórios, cobradas diretamente do paciente em valores muito superiores às posteriores indenizações do Ipe-Saúde, assim como a não cobertura de vários exames especializados, que precisam ser complementados pelo paciente.
Com todos esses senões, pretende ainda aquele Instituto conveniar com instituições privadas e prefeituras do Estado, que certamente desconhecem as falhas gritantes nos benefícios que alega oferecer.
Pagar e não ter o retorno previsto é uma afronta. Os servidores públicos do RS precisam fazer com o Governo do Estado reconheça e conserte a má gestão do IPE-Saúde, cuja receita é mensalmente satisfeita por 342 mil contribuintes de todos os Poderes, ativos, inativos e pensionistas (dado Doc. Previdência Gov. RS).
Porto Alegre, 24 de maio de 2021.
Francisco de Paula Souza da Silva,
Presidente da ACP/RS.